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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Alguém está ai?

Alguém está ai?
Eu não vejo ninguém em meio a escuridão e a dor
Me pergunto se existe alguma alma em meio aos vultos soturnos
Já que neste inverno frígido da minha mente não há nenhum calor
Minha existência absurda é cercada por delírios noturnos

Me pergunto se existem fantasmas nas conchas?
Ou se todos seriam autômatos cartesianos sem alma?
Será que eu estou sozinha?
Será que todos são fruto da minha loucura?

Abandonada, triste e amargurada
Eu vago pela escuridão, fazendo dela minha aliada
Já a escuridão é minha amiga, enquanto a dor é a minha amante
Pois eu não tenho mais esperanças de que alguém me entenda
E sinta a mesma dor que esta alma vagante

Destruída, eu me encontro
Não tenho mais como achar a mim mesma em todo este mar de sombras
Procurei todos estes anos por alguém que entendesse a minha dor
Que me aceitasse quebrada do jeito que sou, com todas as minha mágoas
Mas ninguém quer amar uma figura triste que derrama lágrimas em torpor

Corto os meus punhos
Esperando que alguém me entenda, mas todos vão embora
Queria ser livre de todo este sofrimento que me sufoca
Mas não posso fazer isso se eu continuar aprisionada por mais uma hora
Habitando esta  casca que me aprisiona e me devora

Serei para sempre abandonada
E continuarei sozinha procurando que alguém me aceite como eu sou
Mas eu sei que isso não vai acontecer enquanto os sois se porem
Mas eu continuarei de pé enquanto a escuridão que me alimentou
Gerar as chamas deste desejo de redenção, que continuará até o meu réquiem

Se eu não entendo nem mais quem eu sou
Em meio a imensidão deste deserto negro e calcinado
Onde as lágrimas já secaram em volta de toda o vazio onde eu estou
E já que realmente não há mais ninguém aí
Quero agora me deitar e adormecer para sempre
Pois nada mais faz a diferença
Quando a minha única chama se apagar
E o oceano de escuridão que me cerca se tornar uma imensidão cinza
Calcinante, amarga e sem sentido para a minha alma. Então...
...por favor...
...existe alguém aí, que entende a minha dor?




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